domingo, 24 de janeiro de 2010
Amigo AF Amauri Redigolo, parabéns !!!
Posted on 13:52 by Mourão, Elcio Conte Lofredo
Estou repassando a excelente entrevista do Xadrez Piarí, sobre o recém promovido AF Amauri Redigolo. O amigo Amauri participou, aqui em Mendes, do “FIDE Arbiters’ Seminars” no qual também fiz parte. Segue a entrevista na integra.
Foto em Mendes: AN Mourão, AN Arruda, AI Bento, AF Amauri e AN Pedro.
1. Quando começou a se interessar pelo xadrez, organização e arbitragem?
R: Em 1996, um diretor de colégio pediu para que eu treinasse a equipe de xadrez da entidade, mas eu era leigo no esporte. Partindo desse ponto, tive que me virar e aprender (um pouco) para depois ensinar. Então minhas equipes começaram a me levar em vários eventos e aí apareceu a necessidade de aprender cada vez mais. Eu tinha uma enorme dificuldade em achar as “regras” do Xadrez e não aceitava o “achismo” que me falavam “...acho que é assim ou assado”. Então, em 1999 fiz um curso de arbitragem em Londrina com o AI Estevão Tavares Neto, valendo como árbitro CBX. Ao término do curso, fui aprovado como Árbitro Auxiliar. A partir daí, minhas equipes se destacavam na região, mas eu só arbitrava eventos caseiros de Apucarana e no Estado de São Paulo, sempre a convite do AI Estevão. Lembro-me que Jomar Egoroff de Maringá me convidou para arbitrar o Paranaense sub 21 (se não me engano foi em 2001) e lá conheci o AI Claudio Tonegutti – Presidente da FEXPAR e me apresentei a ele. Ele disse: “...se você arbitra em São Paulo e é árbitro CBX, tem que arbitrar no Paraná!” e me colocou na equipe de árbitros da entidade. Neste evento também, conheci Ciro Pimenta que conduzia o paranaense com maestria e ali (acredito) tenha sido o início de tudo, com AI Tonegutti, Jomar Egoroff e Ciro Pimenta.
2. Teve o incentivo de alguém? Inspirou-se em algum árbitro para seguir carreira?
R: Sim, tive sim. Na realidade tive incentivo de muitas pessoas. Principalmente de meus atletas, algumas vezes ensinei regras erradas ou incompletas para eles. Mas, as pessoas que me apoiaram foram (espero não esquecer ninguém) e em ordem cronológica dos fatos: Ronaldo Borges (Rolândia), que no início de tudo me disse: “Professor, o senhor já prejudicou demais as suas atletas. Não faça mais nada sem antes perguntar pra mim se está certo. Elas são muito fortes para o senhor ficar fazendo isso com elas...kkkkkkkkkk; AI Estevão Tavares Neto, meu MESTRE e amigo, que me ensinou e acreditou em meu potencial. Convidando-me a arbitrar em seus eventos em São Paulo e região; Hercílio Ermel Junior, organizador do curso de árbitros em Londrina;Meu irmão Jomar Egoroff, que me convidou para arbitrar o Sub 21 em Maringá;Meu irmão Ciro Pimenta de Curitiba, que no sub 21 confiou na minha capacidade e me ensinou muito. E me deu a honra de vir arbitrar um Paranaense de Menores em Apucarana; AI Tonegutti, que com sua peculiar gentileza e educação, me incluiu no quadro de árbitros da Fexpar; GMI Jaime Sunye Neto, que me oportunizou a implantação do Centro de Excelência de Xadrez em Apucarana; Meu irmão Paulo Virgílio Rios de Curitiba, que veio em Apucarana arbitrar um Paranaense de Menores e mais aprendizado com ele; Meu irmão Willian Yano de Paranavaí, que em um Jocop’s em Apucarana me disse grandes e inesquecíveis palavras de incentivo; Meu irmão Prof. Pedro Caetano de Foz do Iguaçu, nos conhecemos em Faxinal do Céu e depois disso trabalhamos muito juntos e algumas normas de AF obtive ao lado dele (seria muito justo e merecido que o nome dele também estivesse na relação de AF, mas tenho certeza que ele será muito em breve); Meu irmão Rogério Santos de Paranavaí, que me ensinou muito sobre os programas de emparceiramento e me oportunizou a arbitragem da minha primeira norma de AF em um IRT em Paranavaí; AI Antonio Bento VPT-CBX (Vice Presidente Técnico-CBX), que em seu trabalho “Questões de Arbitragem” participei e aprendi muito. Espelhei-me em todos acima citados e gostaria de deixar à eles minha eterna gratidão.
3. Qual ou quais você considera as principais características do bom árbitro?
R: Um bom árbitro deve estar sempre atualizado nas Leis do Xadrez e saber quando aplicá-las. Ele deve saber que as Leis são feitas para os jogadores de alto nível (GMI, MI, MF, etc), mas que devem ser utilizadas também nas categorias de base. Ter discernimento em suas decisões e se ele “também” for jogador “da ativa”, deve sempre que, atuar como árbitro, esquecer que é jogador. A visão do jogador é diferente da visão do árbitro. Mas ambas devem ser levadas em consideração visando o bom andamento do evento. Aprendi com AI Estevão, que todo árbitro deve saber jogar bem Xadrez, mas não é necessário que ele seja um campeão para saber arbitrar, são coisas muito distintas.
4. Na sua visão como anda a arbitragem e a organização de eventos enxadrísticos no Estado do Paraná?
R: Já faz algum tempo que tenho viajado por alguns Estados para arbitrar e posso, com segurança, afirmar que o Paraná está muito além dos outros estados. Falo com propriedade que os eventos realizados em nosso estado são de alto nível, assim como o quadro de árbitros da Fexpar e CBX/PR.
5. Qual a sua opinião com relação a 10.2? Sem dúvida, uma das campeãs das polêmicas.
R: Esse é um artigo que a FIDE deve retirar em breve das Leis do Xadrez. E a polêmica, geralmente acontece, quando o jogador quer utilizá-la como último recurso, tentando evitar uma possível derrota. O árbitro deve acompanhar a partida e ter sua decisão, mas geralmente o jogador que perdeu quer que o árbitro interprete seu raciocínio ou seus argumentos. O que aprendi e me ajudou muito é que, se na posição final há possibilidades de ERRO por parte de ambos os jogadores, a queda de seta determina o vencedor. Isso se ele utilizou de meios legais para vencer a partida.6. Você é profissional de Educação Física (CREF 001730-G/PR) qual a relação que você traça entre a educação fisica e o jogo de xadrez?R: Minha felicidade é ver que o Xadrez está deixando de ser um recurso para dias de chuva e sim um jogo e um esporte para utilização em todo planejamento anual de aulas. Mas lamento o fato de Faculdades de Educação Física e professores de Educação Física e até mesmo o Conselho Regional de Educação Física (a não ser pelo recebimento da anuidade do Cref) ainda não darem muita atenção a esta modalidade esportiva.
7. Por incrível que pareça ainda existem pessoas que não consideram o xadrez como um esporte. O que você pensa sobre isso?
R: Penso que elas não tiveram a capacidade e o privilégio de aprender a jogar Xadrez e desse modo é mais fácil menosprezar o jogo do que a própria inteligência.
8. Em 29 de dezembro a CBX publicou em seu site novas medidas (comunicado n.º 53/2009) que pretende tomar com relação aos árbitros que não pagam suas anuidades. Qual a sua opinião?
R: Acho que antes de tomar essa medida, a CBX deveria convocar (nominalmente) os árbitros, saber se ainda se interessam pelo título e ofertar para eles um curso de capacitação/atualização. Mas concordo com a CBX em querer atualizar seu quadro de árbitros. Em relações anteriores constam nomes de árbitros já falecidos, inativos ou tiveram seu nome incluído apenas por fazer o curso e nunca atuaram. Infelizmente no nosso país, as coisas só funcionam quando temos que mexer no bolso.
9. Quais seriam neste momento seus maiores anseios na profissão de árbitro?
R: Eu sempre determino metas e tento crumpri-las dentro do prazo por mim estipulado. Foi o que fiz em 2005 quando cheguei a AN. Queria ser AI até 2014, nesta época não havia AF e fui atrás das normas necessárias. Assim que consegui as normas em 2008, a FIDE mudou os requisitos e implantou o “Árbitro FIDE” antes de AI. E então precisei de mais uma, quando finalmente consegui no início de 2009, a FIDE estipulou que para ser AF e AI seria necessária a participação e aprovação no “FIDE Arbiters’ Seminars” que participei no Rio de Janeiro, junto com o professor Pedro de Foz do Iguaçu, ambos fomos aprovados. Mudei a meta para 2016 para ser Árbitro Internacional, mas antes disso quero ver o Brasil sediando muitos eventos internacionais e quero participar deles. Quero também que mais árbitros do Paraná ingressem na CBX e na FIDE. Fiquei triste em ver meu nome, como única solicitação do Brasil para o “FIDE Titles Awarded at the Bursa Presidential Board 1/2010”, não havia pedido para GMI, MI, MF, AI etc. É ruim para o Xadrez do Brasil. Sei que temos potencial para mais, muito mais. Mas gostaria de participar do Mundial de Xadrez que acontecerá em 2011 no Rio de Janeiro. Vou me dedicar muito para isso, estudar bastante e quem sabe serei escalado.
10. Que conselho você daria para quem pretende ingressar na carreira de árbitro ou organizador de eventos enxadrísticos?
R: Existe um ditado esportivo que diz: “Se ganhei é porque sou bom, se perdi é que o árbitro me prejudicou”. Não é fácil a vida do árbitro, jogadores sempre tentam achar um erro em suas decisões. É até legal de ver vários jogadores discutindo sobre os fatos ocorridos. E digo que, na maioria das vezes, eles não concordam, mesmo quando você está baseado nas Leis da FIDE. Aceite que errou e não se envergonhe de voltar atrás em uma decisão tomada. O mais bonito da arbitragem do xadrez e poder corrigir um possível erro, mesmo após o término da partida ou do evento. Isso não pode ocorrer no futebol, por exemplo, se foi ou não pênalti, escanteio, falta, gol... A decisão do árbitro é definitiva, mesmo que errada. No xadrez podemos corrigir e assim terminar o evento com a melhor sensação de dever cumprido.Lembre-se sempre que uma equipe de arbitragem trabalha junta. Um erra, todos erram. Honre sempre seus companheiros árbitros. Não apenas vista a camisa, mas sim SUE a camisa que vestiu, seja ela da sua cidade, da FEXPAR, CBX ou FIDE. Zele por seu nome, por sua equipe e por sua Federação. Não espere recompensa de ninguém, apenas termine o evento com a sensação de dever cumprido (já falei isso). Seja honesto, não misture amizade nas suas decisões, seja o mais imparcial possível.No caso de organizador de eventos, esteja preparado para prejuízos financeiros e muita reclamação. Vão falar das mesas, cadeiras, peças, tabuleiros, iluminação, ventilação, dos banheiros, do café, dos árbitros, dos alojamentos, dos hotéis, do dia, da noite, do sol, da chuva. Reclamam de tudo, principalmente os que perdem. Mas lembre-se, dificilmente os que reclamam, fazem ou são organizadores de torneio. Então faça seus torneios cada vez melhores, saiba aproveitar as críticas a seu favor, corrija e aprimore seus eventos. E pela 3ª vez, saia com a sensação de dever cumprido. É a melhor recompensa.
Fica aqui o agradecimento da família Xadrez Piraí ao grande árbitro e amigo Professor Amauri Redigolo por ceder um pouco do seu tempo e nos presentear com esta entrevista.
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